Um dente, um celular, algumas dores: assim nasceu o amor!

        Era véspera do dia dos namorados. 11 de junho de 2012. Manhã de segunda-feira, sincronicidade maior não poderia existir se Heitor não tivesse entrado no consultório odontológico sentindo uma dor descomunal. Foi a dor de Heitor que revelou sua vida. 
         Ele tem 18 anos, e justamente neste dia resolveu revelar sua vida para um estranho, aquele estranho que estava disposto a amenizar parte de suas dores, pelo menos físicas.
        Ao sentar na cadeira odontológica começamos um diálogo para tentar amenizar parte da ansiedade revelada por um Heitor aparentemente triste, nervoso e indeciso. Foi aí que ele falou:
         - Estranho, muito estranhso essa dor, e justamente hoje, próximo do dia dos namorados. Amanhã quero estar bem, ao lado de meu amor.
        Este foi o momento que descobri sua história. Foi o Heitor revelado. O jovem de 18 anos que casou aos 17, e disse ter encontrado o amor da vida dele através do celular. E eu falei:
         -Celular? Como assim? (Não consegui conter a curisosidade e a cara de assustado).
            -Sim!! Conheci minha esposa através do celular. Fui ligar para meu pai, digitei os dois números finais errados, e uma voz linda atendeu do outro lado. Era ela! Era o amor da minha vida!
           Dois número trocados! 70 km de distância os separavam, e um mês depois eles se encontraram, para pouco tempo depois casarem.
         Fiquei pensando em tudo que ele me falou, e na infinidade de possibilidades que a vida nos oferece. E quantos caminhos podem ser cruzados, aproximados ou separados? Sincronicidade? Destino? Acaso? Não interessa, talvez as respostas não estejam aqui, agora  ou simplesmente não necessitamos de respostas, apenas precisamos viver, seguir o curso natural de nossas vidas, e serão nossas escolhas que moldarão nosso futuro, para o bem ou para o mal.
             Que muitos amores ainda possam ser encontrados, na troca de números, nos encontros que a vida permite.
              Heitor saiu feliz, sem dores, sem medo. Na sala de espera Leila esperava-o para mais uma vez acompanhá-lo, (re)encontrá-lo... 


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