20 DIAS

Convido você a conhecer meu novo livro: 20 DIAS.
Leia a sinopse a seguir e acesse a página do livro no site da editora Clube de Autores.
Conheça a estória, envolva-se, emocione-se:





O que você faria se descobrisse que tem apenas 20 dias de vida? Que caminhos você seguiria? Esperaria pelo fim? Ou, simplesmente, o fim significaria um grande recomeço?
Marcos recebeu a notícia de que sua vida chegaria ao fim nos próximos 20 dias. Atormentado por fantasmas do passado, ele embarca numa viagem de descobertas, de reencontros e de esperanças.
A solidão, a culpa e o medo sempre foram aliados na vida de Marcos. O passado mal resolvido com sua família, a culpa pela morte da irmã, a fuga e o isolamento de anos o fizeram seguir um caminho diferente de tudo e todos.
O retorno à casa de seu pai, o reencontro com o lugar e as pessoas que fizeram seu passado, e a busca de novas possibilidades dão conformação a uma nova vida que surge para Marcos.
Da contemplação imaginária de seus sonhos, do real e imaginário, da natureza, da paisagem exuberante de Machu Picchu, surgem novas possibilidades e muitas descobertas.
Embarque com ele nessa viagem, neste reencontro, e sinta-se, também, impregnado pelo poder das descobertas, em que passado, presente e futuro parecem seguir lado a lado.
Siga cada capítulo, cada dia e nunca revele o final...


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Um dente, um celular, algumas dores: assim nasceu o amor!

        Era véspera do dia dos namorados. 11 de junho de 2012. Manhã de segunda-feira, sincronicidade maior não poderia existir se Heitor não tivesse entrado no consultório odontológico sentindo uma dor descomunal. Foi a dor de Heitor que revelou sua vida. 
         Ele tem 18 anos, e justamente neste dia resolveu revelar sua vida para um estranho, aquele estranho que estava disposto a amenizar parte de suas dores, pelo menos físicas.
        Ao sentar na cadeira odontológica começamos um diálogo para tentar amenizar parte da ansiedade revelada por um Heitor aparentemente triste, nervoso e indeciso. Foi aí que ele falou:
         - Estranho, muito estranhso essa dor, e justamente hoje, próximo do dia dos namorados. Amanhã quero estar bem, ao lado de meu amor.
        Este foi o momento que descobri sua história. Foi o Heitor revelado. O jovem de 18 anos que casou aos 17, e disse ter encontrado o amor da vida dele através do celular. E eu falei:
         -Celular? Como assim? (Não consegui conter a curisosidade e a cara de assustado).
            -Sim!! Conheci minha esposa através do celular. Fui ligar para meu pai, digitei os dois números finais errados, e uma voz linda atendeu do outro lado. Era ela! Era o amor da minha vida!
           Dois número trocados! 70 km de distância os separavam, e um mês depois eles se encontraram, para pouco tempo depois casarem.
         Fiquei pensando em tudo que ele me falou, e na infinidade de possibilidades que a vida nos oferece. E quantos caminhos podem ser cruzados, aproximados ou separados? Sincronicidade? Destino? Acaso? Não interessa, talvez as respostas não estejam aqui, agora  ou simplesmente não necessitamos de respostas, apenas precisamos viver, seguir o curso natural de nossas vidas, e serão nossas escolhas que moldarão nosso futuro, para o bem ou para o mal.
             Que muitos amores ainda possam ser encontrados, na troca de números, nos encontros que a vida permite.
              Heitor saiu feliz, sem dores, sem medo. Na sala de espera Leila esperava-o para mais uma vez acompanhá-lo, (re)encontrá-lo... 


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Sobre dentes, vida travestida e arco-íris


       Quando eu pensava que o ano acabaria melancólico, monótono, subitamente dois pacientes me deram de presente a história a seguir.
Nas primeiras horas de atendimento, véspera de fim de ano, eis que dois pacientes chegam ao consultório odontológico exalando um odor de álcool que impregnou o ambiente. O primeiro, um senhor de 65 anos, e o segundo 45 anos enfiados numa calça colada ao corpo e cabelos longos. Dispararam histórias como metralhadoras em campo de guerra. Primeiro fizeram questão de ressaltar que fossem chamados, ou melhor, chamadas, pelos nomes de Condoliza Blight (certamente alusão à Condoleezza Rice) e Emanuelle Ponto Com (isso mesmo, como um sítio na web), e não esconderam o desejo de ser feminino ao extremo. Riam a todo instante, insistiam em abraçar-me constantemente. Tornaram-se o centro das atenções como celebridades seguidas por paparazzi, porém sem flashes nem autógrafos.
O mais velho falava a todo instante: -Vida boa é a sua - e dava grandes risadas seguidas pela mesma história: a ausência de todos os dentes o estava incomodando fortemente. O que o fez sentir a falta dos dentes, segundo ele, foi terem dito que suas pernas eram lindas, porém sua boca era feia. Isso o deixou literalmente desapontado, queria desesperadamente os dentes de volta. Vestia uma saia vermelha curtíssima  para exaltar mais as pernas do que a boca desdentada.
Os dois desejaram paz, amor e um feliz ano novo para todos os presentes, resumiram em poucas palavras o que tudo significava para eles: -"Vocês podem rir, isso não faz mal, mesmo sem os meus dentes eu ainda consigo sorrir, mesmo tendo dívidas e mais dívidas eu ainda consigo sorrir, sofrendo preconceitos, humilhações, sendo ridicularizada por mentes vazias, eu ainda consigo sorrir, mesmo sabendo que vida boa é a sua...”, -falou Condoliza.
Talvez não, Condoliza Blight, talvez vida boa seja a sua, que supera diariamente preconceitos, dificuldades físicas e emocionais e as transforma em comédia, faz as pessoas rirem por puro prazer de ver um sorriso estampado em bocas que refletem aquilo que você gostaria para você. Imagens claras de um mundo que não é seu, porque o seu mundo é mais colorido, um arco-íris ilumina seu rosto.
Os dois foram orientados a retornar em outro momento para que uma prótese fosse confeccionada para Condoliza, ele insistia em ser chamado assim, e saíram de mãos dadas rindo da vida...


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 De Boca Aberta: crônicas de vidas na cadeira odontológica


                                                    
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Nuvens, algodão e dentes



 Cecília chegou ao consultório odontológico extremamente nervosa, falava sem parar e repetia insistentemente:
-“Distraia” meus dentes!!
E eu ali, parado, ouvindo aquela jovem de 25 anos soltar palavras como uma metralhadora prestes a dar o último tiro. E o último tiro de Cecília veio quando subitamente ela retirou a mão da boca e gritou:
- Olha ai doutor, meus dentes são feios!!
Da boca aberta de Cecília eu enxerguei uma nuvem branca pairando sobre seus dentes. Estava tudo tão embaçado para minha primeira impressão que não cheguei a acreditar no que vira: muito algodão sobre os dentes da jovem. Indagada sobre a causa de tal ato, ela falou mais calma:
-Sempre quis meus dentes brancos como as nuvens, e como nunca consegui resolvi ficar colando algodão nos dentes, mas agora quero mesmo é “distrair” tudo.
Na linguagem de Cecília “distrair” é entendido como retirar todos os dentes, um passatempo nada agradável. Depois de conversar com a jovem, ela decidiu iniciar tratamento para que possamos tentar, pelo menos, ao restaurar seus dentes deixá-los com aspecto que a faça aceitá-los, talvez não tão brancos como as nuvens do mundo imaginado.
Ao vê-la ali, na minha frente, decretando a morte de seus dentes, e tratando-os como seres malévolos que precisariam ser extirpados, eu vi quanto o mundo de Cecília era marcado por medos, dúvidas e solidão devido a reclusão social causada pelo sorriso que não a agradava. Ao retirar todos aqueles algodões da boca da jovem eu passei a me sentir com uma missão, e do medo de Cecília fui invadido pela dúvida se a estaria agradando realmente. Mas, pelo menos ali, naquele momento, passamos a nos entender, e talvez Cecília se viu diante da possibilidade de continuar sorrindo e vivendo sem precisar passar pela tortura de perder os dentes, ou da clausura retida com algodão.
Cecília saiu e fiquei a pensar o que mais ainda pode aparecer na minha frente...

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Fonte da imagem:belasmensagens.zip.net 

Dos olhos de Camila

    Camila tem 4 anos de idade,e chegou ao consultório odontológico carregada pela mãe. Os olhos verdes de Camila passaram uma sensação de paz e dúvida diante do olhar assustado da garotinha.
    Mas logo toda a tranquilidade fora substituída por gritos e mais gritos de uma Camila desesperada para fugir daquele ambiente. E a mãe da garota foi enfática ao falar:
    - Não faça isso, seu pai não vai gostar!
    E eu já imaginando que seria bem melhor o pai da garota entrar no consultório para tentar acalmá-la, e falei:
    - Ele pode entrar, não vejo problema!
    Foi então que a senhora completou:
    -Ele faleceu faz uns 4 meses doutor!
    E eu ali, estático, sem saber o que dizer. Um silêncio descomunal tomou conta do lugar, e os gritos de Camila cessaram.
    -Bem, fisicamente ele não está, mas com certeza espiritualmente sim-tentei consertar.
    E aquela senhora falou coisas simples, mas de uma grandeza enorme que me fizeram entender realmente que são os momentos simples da vida que nos fazem ser muito mais do que imaginamos. E ela passou a contar em poucos minutos o destino de Camila e a perda do pai precocemente vítima de um disparo acidental de uma arma.
    Foi assim que ela relatou: encontrou o marido caído no chão depois de horas procurando-o, ela afirma que foi tudo acidental, a arma disparou sem sombra de dúvida por um erro do destino. Certamente nem ela nem ninguém pode dar as respostas, pelo menos agora não...
    E Camila ouvia tudo aquilo com seus olhos verdes e ouvidos atentos. E os gritos acabaram, e da bolsa que carregava ela retirou a foto do marido e entregou-a para a filha segurar enquanto era atendida. Lágrimas escorriam de seus olhos...
    São histórias como esta, simples, mas que carregam a marca e a força do ser humano que farão falta na minha vida. Mudanças tendem a ocorrer num futuro bem próximo, e talvez as histórias contadas aqui terão uma lacuna bem maior, como já tiveram há algum tempo quando tive que parar para me dedicar ao mestrado.Mas tudo é incerto ainda, e como os olhos verdes de Camila continuarei a olhar sempre cada vida como sendo protagonista de histórias espetaculares, simples, mas extraordinárias.
    Muitas histórias como esta estão eternizadas no livro De Boca Aberta.
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FONTE DA IMAGEM:

A MENINA DOS TEUS OLHOS VERDES
silvanaduboc.blogspot.com