Tão distante, Tão próximo



Durante todo o mês de Junho, o consultório odontológico público que trabalho na Estratégia de Saúde da Família passou por sérios problemas de manutenção, e foi,então, que aproveitei os dias que fiquei fora do consultório para me dedicar a uma das comunidades mais carentes dentro da minha área de abrangência da Equipe de Saúde Bucal que integro.
Separada por barreiras geográficas, com um acesso difícil e que foi extremamente dificultado pelas chuvas intensas que banharam essa região por longos dias seguidos. A única ponte de acesso à comunidade havia sido destruída, tivemos,então,que seguir por trilhas no meio de uma estrada com buracos e muita,muita lama... A menos de um ano atrás essa comunidade não sabia o que era ter luz elétrica, essa invenção secular ainda não havia chegado por lá.
A única escola da comunidade, com 78 alunos sempre nos recebeu com muita alegria, e durante cerca de 20 dias pude realizar junto à comunidade a concretização de um trabalho que começou com a realização de oficinas para capacitar os professores da escola para atuarem como multiplicadores do nosso programa de Saúde Bucal na escola; alunos e pais também foram engajados e capacitados. Por fim,relizamos a técnica de Tratamento Restaurador Atraumático (ART) na própria escola,utilizando o Ionômero de Vidro com sua comprovada eficácia.Também distribúimos escovas e creme dental para todos so alunos que se submeteram à técnica de ART,e a cada dia,antes de cada sessão,eles recebiam instrução de higiene bucal.
Muitos fatos me chamaram a atenção durante todo esse tempo. Da hospitalidae de pessoas tão carentes e que têm muito a oferecer ,até a total falta de descaso para famílias que vivem à margem da sociedade e tão próximas do progresso, da globalização,mas que parecem ter parado no tempo....
Durante a reunião com os pais dos alunos, ouvi de uma das mães o relato de que ninguém na casa dela possuía escova de dente:"Escova de dente na minha casa? È luxo...". Muito complicado, é preciso ter muita cautela para não parecer o "dono da verdade", ou o "cara que veio de fora e acha que tá certo, que pode impor". Saber ouví-los é essencial.Compartilhar o saber é crucial.
Algumas crianças me chamaram a atenção, mas especificamente uma,um garotinho de oito anos de idade,mas que aparenta ter cinco anos. Filho de pais separados, Renato vive com a mãe numa casa simples a alguns quilômetros da escola. A hora do recreio é a alegria de todos, e em especial de Renato, que repete a merenda diversas vezes,três,quatro vezes... Talvez a única refeição do dia.Renato já foi esquecido na escola por sua mãe várias vezes, então as professoras o levam pra casa delas. Incrível como elas se dedicam a eles como se fossem seus filhos. Cecília foi outra que chamou minha atenção. Cecília sofre de degeneração muscular, não faz tratamento e sua situação piora a cada dia. Mas sua mãe a leva a escola com frequência.
Renato e Cecília são apenas alguns exemplos,e suas hitórias não terminam aqui...


amilton


PS.: Os nomes são fictícios.

"...Agora vou assistir ao Ben 10"


Quando aquele garotinho de apenas cinco anos entrou no consultório odontológico, logo pensei que possivelmente teria problemas em realizar qualquer procedimento na boca dele. Mas enganei-me, pois o pequeno paciente se mostrou dono de uma paciência tremenda para me ouvir,e sem dizer uma só palavra foi logo abrindo a boca como se quisesse que tudo aquilo acabasse logo. Falei que não precisava abrir a boca naquele momento,depois sim... Foi aí que ele começou a falar... Perguntou se eu tinha alguma "agulha" ali, e se usaria nele, e rapidamente respondi que não usaria nenhuma agulha nele. Incrível a capacidade de argumentação dele ao falar que não queria sentar naquela cadeira, sua mãe que prometeu um presente pra ele se o comportamento dele fosse bom. Bem, até o momento, disse eu, seu comportamento está muito bom mesmo. Ele respondeu rapidamente: "Então acaba logo com isso..." . Fiquei sem ter o que dizer, e para cada pergunta minha ele tinha um argumento na ponta da língua. Suas palavras eram soltas pela metade, e ele falou de muita coisa... dos desenhos animados preferidos dele, do cachorro que tinha sido atropelado e morreu. O nome do cachorro era Toy, ele ganhou de presente da sua mãe, mas Toy cruzou com um carro em alta velocidade e foi embora dessa vida... Ele disse que um novo cachorro ainda vai substituir Toy.
O exame clínico foi concluído e agendado novo retorno, e ele saiu com cara de felicidade como se não acreditasse que era somente aquilo, que até esperava uma agulha enorme conforme falaram seus coleguinhas na escola... E saiu falando: " Acabou neh? agora vou assistir o Ben 10...". Confesso que não conhecia o personagem de desenho animado, uma criança com poderes alienígenas lutando para salvar o planeta de forças do mal...
Cinco anos podem representar muita coisa, ou nada, diante do mundo que se encontra aos nossos pés, de tanta informação boa e má, de tudo que pode nos guiar para tantos caminhos...
Aquele garotinho não chorou, não gritou, não reclamou, ele só contou sua história, um pedaço da sua vida deixado na cadeira odontológica...

amilton

Trate Bem Sua Faxineira




Cuidado com o que a faxineira faz com sua escova de dentes!

O Poder do Beijo










Dos 12 pares de nervos cranianos que temos, cinco são estimulados quando beijamos, enviando mensagens dos lábios, da língua e do nariz ao cérebro, que processa todos os movimentos que acontecem. Trinta e quatro músculos funcionam ao mesmo tempo e há liberação de oxitocina, também conhecida como o" hormônio da união".
Alguns primatas alimentaram os filhos boca a boca, primeiro mastigando a comida e depois passando-a para o filhote, e essa pode ter sido a origem do beijo. O beijo sem transferência de comida é uma expressão quase universal de amor e afeição entre os seres humanos. Nossos "primos" chimpanzés também se beijam.
Somos a única espécie com lábios que se dobram para fora e com uma cor distinta que os diferencia do restante da pele.
Fomos projetados para beijar. Pelo menos 90% da população do mundo pertence a uma cultura na qual se trocam beijos. Sigmund Freud achava que a origem do beijo está no modo como os bebês se alimentam. Freud considerava o beijo como a busca do seio da mãe nos lábios dos outros.
Uma pesquisa realizada pela versão espanhola do Match.com, famoso site de encontros pela internet, revela que uma em cada quatro pessoas abandona o parceiro porque não ficou satisfeita com seu beijo. Dentro do grupo, 42% afirmaram que foi no beijo que perceberam que a química não dava certo. Outros 15% mencionaram que o parceiro parecia "lambê-los", um tipo de beijo aparentemente não muito popular.
Para reduzir o risco do uso inadequado dos lábios, há muitos livros que prometem transformar os leitores em beijoqueiros especializados. Em A História Íntima do Beijo (Matrix Editora), a jornalista Julie Enfield desvenda os mistérios dessa arte e investiga as origens e até a alquimia do beijo. Julie afirma que "tudo começa com um beijo. Nós nascemos a partir do primeiro beijo dos nossos pais, e a lembrança mais antiga que todo mundo guarda é dos beijos carinhosos da própria mãe.
O site www.valebeijo.com.br traz desde um "cardádio de beijos", passando por um "Regime de Beijos", com dicas para emagrecer beijando, até um fórum no qual os interessados podem dividir suas experiências e expectativas com relação aos beijos. Tem ainda o cine beijo, um link com fotos dos beijos que entraram na história do cinema mundial. Pelo site você também pode enviar um "e-beijo" para quem você gosta: basta digitar o e-mail do destinatário e escolher o tipo de beijo que quer mandar. Já o www.bestkisses.com é um blog que reune fotos de beijos mandadas pelos usuários do blog. Vale a pena conferir.



Fonte: Seleções Reader's Digest Junho 2009.