Do tempo de ir e voltar

      Pessoal, depois de tanto tempo sem postar nada, não que ideias não existam, mas o tempo e as decisões deram outro rumo à minha vida. Neste tempo mudei de emprego algumas vezes e de cidade também. Histórias ainda existem e que nunca foram publicadas, nem por aqui e nem no livro De Boca Aberta. Quem sabe um dia eu as publique, por aqui ou por lá...
          Não tenho tempo certo nem hora para escrever, quando a ideia surge ou quando algo acontece ( como no caso das crônicas) detenho-me a passá-las pro papel. Assim foi desde 2007 quando dediquei parte de meu tempo por aqui, e de minha vida também. Foi um período muito bacana, conheci pessoas que ainda hoje me inspiram e mantemos diálogo. Interessante que mesmo neste tempo sem postar nada muita gente ainda visita o blog diariamente. Muito obrigado!
       Escrevi até um romance neste intervalo de tempo- ficção-mas uma história que também não teve hora pra começar nem terminar.
Sou assim mesmo, estou sempre indo e voltando.

                                                     Abraços

20 DIAS

Convido você a conhecer meu novo livro: 20 DIAS.
Leia a sinopse a seguir e acesse a página do livro no site da editora Clube de Autores.
Conheça a estória, envolva-se, emocione-se:





O que você faria se descobrisse que tem apenas 20 dias de vida? Que caminhos você seguiria? Esperaria pelo fim? Ou, simplesmente, o fim significaria um grande recomeço?
Marcos recebeu a notícia de que sua vida chegaria ao fim nos próximos 20 dias. Atormentado por fantasmas do passado, ele embarca numa viagem de descobertas, de reencontros e de esperanças.
A solidão, a culpa e o medo sempre foram aliados na vida de Marcos. O passado mal resolvido com sua família, a culpa pela morte da irmã, a fuga e o isolamento de anos o fizeram seguir um caminho diferente de tudo e todos.
O retorno à casa de seu pai, o reencontro com o lugar e as pessoas que fizeram seu passado, e a busca de novas possibilidades dão conformação a uma nova vida que surge para Marcos.
Da contemplação imaginária de seus sonhos, do real e imaginário, da natureza, da paisagem exuberante de Machu Picchu, surgem novas possibilidades e muitas descobertas.
Embarque com ele nessa viagem, neste reencontro, e sinta-se, também, impregnado pelo poder das descobertas, em que passado, presente e futuro parecem seguir lado a lado.
Siga cada capítulo, cada dia e nunca revele o final...


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Um dente, um celular, algumas dores: assim nasceu o amor!

        Era véspera do dia dos namorados. 11 de junho de 2012. Manhã de segunda-feira, sincronicidade maior não poderia existir se Heitor não tivesse entrado no consultório odontológico sentindo uma dor descomunal. Foi a dor de Heitor que revelou sua vida. 
         Ele tem 18 anos, e justamente neste dia resolveu revelar sua vida para um estranho, aquele estranho que estava disposto a amenizar parte de suas dores, pelo menos físicas.
        Ao sentar na cadeira odontológica começamos um diálogo para tentar amenizar parte da ansiedade revelada por um Heitor aparentemente triste, nervoso e indeciso. Foi aí que ele falou:
         - Estranho, muito estranhso essa dor, e justamente hoje, próximo do dia dos namorados. Amanhã quero estar bem, ao lado de meu amor.
        Este foi o momento que descobri sua história. Foi o Heitor revelado. O jovem de 18 anos que casou aos 17, e disse ter encontrado o amor da vida dele através do celular. E eu falei:
         -Celular? Como assim? (Não consegui conter a curisosidade e a cara de assustado).
            -Sim!! Conheci minha esposa através do celular. Fui ligar para meu pai, digitei os dois números finais errados, e uma voz linda atendeu do outro lado. Era ela! Era o amor da minha vida!
           Dois número trocados! 70 km de distância os separavam, e um mês depois eles se encontraram, para pouco tempo depois casarem.
         Fiquei pensando em tudo que ele me falou, e na infinidade de possibilidades que a vida nos oferece. E quantos caminhos podem ser cruzados, aproximados ou separados? Sincronicidade? Destino? Acaso? Não interessa, talvez as respostas não estejam aqui, agora  ou simplesmente não necessitamos de respostas, apenas precisamos viver, seguir o curso natural de nossas vidas, e serão nossas escolhas que moldarão nosso futuro, para o bem ou para o mal.
             Que muitos amores ainda possam ser encontrados, na troca de números, nos encontros que a vida permite.
              Heitor saiu feliz, sem dores, sem medo. Na sala de espera Leila esperava-o para mais uma vez acompanhá-lo, (re)encontrá-lo... 


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Sobre dentes, vida travestida e arco-íris


       Quando eu pensava que o ano acabaria melancólico, monótono, subitamente dois pacientes me deram de presente a história a seguir.
Nas primeiras horas de atendimento, véspera de fim de ano, eis que dois pacientes chegam ao consultório odontológico exalando um odor de álcool que impregnou o ambiente. O primeiro, um senhor de 65 anos, e o segundo 45 anos enfiados numa calça colada ao corpo e cabelos longos. Dispararam histórias como metralhadoras em campo de guerra. Primeiro fizeram questão de ressaltar que fossem chamados, ou melhor, chamadas, pelos nomes de Condoliza Blight (certamente alusão à Condoleezza Rice) e Emanuelle Ponto Com (isso mesmo, como um sítio na web), e não esconderam o desejo de ser feminino ao extremo. Riam a todo instante, insistiam em abraçar-me constantemente. Tornaram-se o centro das atenções como celebridades seguidas por paparazzi, porém sem flashes nem autógrafos.
O mais velho falava a todo instante: -Vida boa é a sua - e dava grandes risadas seguidas pela mesma história: a ausência de todos os dentes o estava incomodando fortemente. O que o fez sentir a falta dos dentes, segundo ele, foi terem dito que suas pernas eram lindas, porém sua boca era feia. Isso o deixou literalmente desapontado, queria desesperadamente os dentes de volta. Vestia uma saia vermelha curtíssima  para exaltar mais as pernas do que a boca desdentada.
Os dois desejaram paz, amor e um feliz ano novo para todos os presentes, resumiram em poucas palavras o que tudo significava para eles: -"Vocês podem rir, isso não faz mal, mesmo sem os meus dentes eu ainda consigo sorrir, mesmo tendo dívidas e mais dívidas eu ainda consigo sorrir, sofrendo preconceitos, humilhações, sendo ridicularizada por mentes vazias, eu ainda consigo sorrir, mesmo sabendo que vida boa é a sua...”, -falou Condoliza.
Talvez não, Condoliza Blight, talvez vida boa seja a sua, que supera diariamente preconceitos, dificuldades físicas e emocionais e as transforma em comédia, faz as pessoas rirem por puro prazer de ver um sorriso estampado em bocas que refletem aquilo que você gostaria para você. Imagens claras de um mundo que não é seu, porque o seu mundo é mais colorido, um arco-íris ilumina seu rosto.
Os dois foram orientados a retornar em outro momento para que uma prótese fosse confeccionada para Condoliza, ele insistia em ser chamado assim, e saíram de mãos dadas rindo da vida...


Conheça esta e muitas outras histórias no livro 
 De Boca Aberta: crônicas de vidas na cadeira odontológica


                                                    
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